Um casal resolve criar seus filhos longe da influência de outros seres humanos e do convívio social. Vivem em uma floresta, num mundo particular, alheios ao que acontece no restante do mundo. A família tem seu próprio estilo de vida e isso inclui caçar o próprio alimento, escalar, ler, tocar, entre várias outras coisas. Até que uma morte acontece e eles precisam lidar com isso, mesmo que seja voltando a viver em sociedade.

A primeira cena do filme é impactante, de causar revolta em uns, dar náusea em outros e deixar outros tantos de olhos arregalados sem saber se mudam de filme ou se insistem em assistir. Eu fui uma das que insisti em assistir e não me arrependi.

Estamos em 2019 e é muito provável que você já tenha assistido esse filme, que seja daqueles que insistiram – como eu, mas se não assistiu, prepare-se. Não sei porque demorei tanto.

Capitão fantástico é um filme forte, que trata de temas um tanto delicados como depressão, bipolaridade e educação dos filhos fora do “sistema, longe de escolas ou da sociedade.

Ben (Viggo Mortensen) e Leslie (Trin Miller) são um casal feliz que resolvem criar seus filhos longe do capitalismo, da sociedade opressora e que vive impondo regras de convívio. O casal mora numa floresta com seus 6 filhos, até que Leslie adoece e resolve pedir ajuda aos pais ricos, para tratar suas crises de bipolaridade e depressão.

O longa mostra um pai amoroso, porém “controlador”, que treina os filhos para a vida, com ou sem ele. Todos, inclusive os pequenos são expostos a treinos exaustivos diariamente com o único objetivo de saber se virar em qualquer situação. O almoço? Eles caçam. Estudos? Leitura é obrigatória para adquirir conhecimento. Alguns dos livros “lidos” e citados no filme são: Irmãos Karamázov de Fiódor Dostoievsky, Lolita de Vladimir Nabokov e Quem governa o mundo de Noam Chomsky.

O pai acaba se tornando tudo aquilo que não queria para os filhos e tem a prova disso quando é confrontado pelo sogro que lhe diz umas verdades e até por um dos filhos, que se mostra com raiva pelos últimos acontecimentos.

O filme envolve de tal maneira que nos pegamos ora odiando o pai por privar os filhos de uma vida em sociedade e ora amando o pai e a família que ele construiu, reunida em situações que só eles entendem.

A cena em que eles cantam Sweet Child o’mine é simplesmente perfeita e eu duvido que você não goste, que você não cante junto e não se emocione.

O filme é dirigido e tem roteiro de Matt Ross, e o elenco conta com Viggo Mortensen (Green Book – O Guia), George MacKay (Orgulho e esperança), Samantha Isler (A grande jogada), Annalise Basso (Um faz de conta que acontece), Nicholas Hamilton (It – A coisa), Shree Crooks (O castelo de vidro), Charlie Shotwell (O castelo de vidro), Kathryn Hahn (Como perder um homem em 10 dias), Steve Zahn (A creche do papai), Ann Dowd (The Handmaid’s Tale), Erin Moriarty (Jessica Jones), Missi Pyle (A fantástica fábrica de chocolate) e Frank Langella (Doce Novembro).

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